Coração Imaculado de Maria,
livrai-nos da maldição do aborto!

E ao voltar de novo, encontrou-os dormindo,
pois os seus olhos estavam pesados de sono” (Mt 26,43).

No último dia 22 de janeiro, 100 mil americanos enfrentaram o frio intenso e marcharam pelas ruas de Washington protestando contra o aborto e exigindo o fim da matança dos inocentes, legalizada nos Estados Unidos desde 1973. Ressaltamos o número: cem mil manifestantes!

E nós, brasileiros? Deitados eternamente em berço esplêndido, estamos dormindo. Ninguém pensa em encher a Praça dos Três Poderes com uma marcha pró-vida, mesmo em um dia de tempo ameno. As vozes contra o aborto são dispersas e parecem clamar no deserto. Será que todo filho desta terra deseja que os hospitais se tornem matadouros humanos e que no meio do lixo do dia-a-dia estejam restos mortais de bebês? Certamente que não! Isto contraria a índole do povo brasileiro!

Porém, se os brasileiros (como todo ser humano digno deste nome) na sua esmagadora maioria são contra o aborto, quase todos preferem guardar esta idéia para si. Não falam, não escrevem, não gritam, não se movem, não agem e, sobretudo, não rezam. Parecem estar contagiados por um profundo sono… Afinal, o perigo do aborto no Brasil parece estar bem longe…

Longe??? No último dia 16 de abril nossos parlamentares em Brasília vergonhosamente derrubaram a proposta de emenda constitucional 25A/95, que pretendia incluir no texto constitucional a inviolabilidade do direito à vida “desde a sua concepção“. Numa comissão de 25 membros, 8 votaram contra a emenda (e obviamente contra a vida), apenas 2 votaram a favor, 1 absteve-se, e 14 se deram o luxo de ausentar-se nesta questão de vida ou de morte!

No dia 23 de abril a referida emenda foi a plenário. Lá o resultado foi simplesmente desolador. Num universo de 524 deputados, apenas 32 votaram “sim”, 16 lavaram as mãos (abstenções) e 121 não compareceram. Os 355 restantes disseram “não” à vida. Curioso é que 5 deputados votaram “sim” e depois (talvez pressionados pela multidão que gritava “Crucifica-o!”) retificaram o voto para “não”. Quantos “maria-vai-com-as-outras” devemos ter no Congresso!

Enquanto a emenda pró-vida é arquivada, os projetos pró-aborto pululam no meio dos congressistas. Entre os defensores do assassinato intra-uterino destacam-se: Eduardo Jorge (PT/SP), Sandra Starling (PT/MG), José Genoíno (PT/SP) e Luiz Moreira (PTB/BA). Um enxame de feministas comparece assiduamente em todas as sessões em que está em jogo o direito que a mulher tem (?) de matar o seu filho. Os jornais, o rádio e a televisão estão caladinhos, oferecendo cantigas de ninar ao povo brasileiro. Daqui a pouquinho todos vão despertar com a manchete: Aborto legalizado no Brasil! E aí não haverá mais tempo.

Vigiemos e oremos. Não sejamos encontrados dormindo.

Anápolis, 20 de maio de 1996.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

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